1 de dezembro de 2015

Dores da alma...

                                                          Clarice Fernandes

As dores físicas são palpáveis e  visíveis. Porém,  para as dores da alma,  as definições  são apenas literárias. Elas são tão inúmeras  que torna-se impossível  defini-las, assim como suas causas. Demarcá-las  é impossível, pois são diferentes as causas em cada ser humano. Não há nenhum remédio capaz de curá-la com a mesma eficácia de  um analgésico para a dor física.
Porém a terapia da  alegria pode ser uma alternativa  para aliviar  as dores da alma. Não sei a posologia para cada tipo de dor, mas sei que tem um efeito curativo incomensurável. As necessidades geradas pela atualidade e as experiências violentas que ela nos faz  vivenciar  faz-nos  fecharmos para o mundo.  Vivemos o medo de o sorriso nos aproximar das pessoas  erradas. Devido  a esse  sentimento,  não deixamos aproximarem-se de nós as pessoas  que poderiam nos fazer o bem.
O inusitado, o sorriso perdido de alguém despojado, pode surgir do nada  em nossos caminhos num momento de dor  e aliviar a agonia   que se apropria de nossa alma  . Depende de nós o que fazer com ele. Podemos usá-lo como uma terapia  que cura  a alma ou rejeitá-lo  a uma insignificância desmedida...
Podemos ganhar um sorriso de presente... Mas podemos ser generosos e oferecê-lo ao outro. Muitos talvez nem percebam a luz que seu sorriso pode ter.  Porém,  para outros,  pode ser o farol  que indica o inicio de uma nova caminhada. A direção que tomarão dependerá da força, da garra e da escolha que farão. Podemos agregar o brilho do sorriso mimoseado ao dia amargo e ele fomentará a busca por   novos pensamentos  em busca de dias melhores.
Um sorriso tem o  poder de despertar, em quem o recebe,  pensamentos capazes  de   fazer perceber que a vida pode  oferecer novas oportunidades, novas experiências, novos caminhos, novos parceiros, novas amizades, novos amores...
Somente ele é capaz de plantar a semente da esperança por dias melhores. A esperança  alimenta a alma e germina em  confiança  em nós mesmos de que o poder de  Deus é maior que qualquer problema que adoeça a nossa alma!

7 de agosto de 2015

Autonomia & Aposentadoria



A palavra autonomia (grego autonomía, liberdade para usar leis próprias, independência) apresenta vários significados, entre eles, independência administrativa em relação a um poder central e liberdade moral ou intelectual. 
Na adolescência me incomodava a tal da dependência e falta de autonomia. Literalmente, eu era dependente do pai, não tinha trabalho e era um ser que resultou dos valores morais da rede a que pertencia: família, escola e religião, consequentemente, liberdade atrelada ao que os outros determinavam, me ensinavam ou doutrinavam.
Cresci acreditando que tudo ficaria mais tranquilo quando eu tivesse “autonomia”. Tornei "independente" cortando caminhos. Como todo ser humano precoce, comecei a trabalhar aos quatorze anos e casei aos dezesseis, ação que me emancipou legalmente. E aqui não quero debater as questões  relacionadas aos direitos legais a que eu deveria ter o direito de usufruir com liberdade! O que daria um bom texto argumentativo.
Casada era submissa ao marido. Separada submissa ao julgamento alheio. Empregada submissa ao compromisso com o trabalho e ao relógio. Alias escrava do relógio! Liberdade...
Nos últimos meses, comecei a pensar o quanto eu era autônoma...
E, acredite, descobri que nunca fora realmente emancipada ou autônoma em plenitude!
Veio a aposentadoria, porém, antes dela uma terrível depressão acompanhada de uma crise de pânico. Travei uma batalha para livrar-me de psiquiatra, psicólogo, antidepressivo e as terríveis humilhações durante as perícias médicas. E a cada dia me perguntava: quando serei realmente livre. Vivi muitas experiências profissionais gratificantes! Mas também tive momentos em que desejei não ter conhecimento para enxergar situações em que o estado se omitia de suas responsabilidades, por mais que eu tentasse dar respostas às necessidades apontadas pelo cotidiano do trabalho, o que me levou a desenvolver a depressão. 
O psicólogo trabalhou comigo a hipótese de que eu estava vivendo o luto de uma fase que se encerrava e o medo do novo que estava por vir. Não posso culpá-lo por isso. Não falava com ele sobre as minhas frustrações  durante o exercício da profissão. Não sei dizer se ele tinha razão. Parei de ir às consultas periódicas.  A psiquiatra, um ser humano de extrema sensibilidade me orientou para afastar-me da rotina do trabalho e, assim que pudesse, solicitasse a aposentadoria uma vez que eu preenchia os requisitos necessários para tal, ainda que relutasse em parar as minhas atividades. Confiei nela e  assim o fiz... Confesso que  se não fosse a ajuda de ambos não teria superado a fase.
 Foi diante das crises que descobri minha incansável busca pela autonomia que nunca tivera. Nem em relação à vida pessoal, nem profissional. E muito menos enquanto cidadã! 
Agora,  aposentada, feliz e quase livre da ansiedade,  vivo as limitações impostas  pelo  desgaste da "experiência"... Nunca seremos totalmente autônomos, nem mesmo com aposentadoria. Ela apenas nos liberta do relógio, dos compromissos e responsabilidade com o trabalho...  Permite-nos afastarmos das situações estressantes dos afazeres rotineiros da ocupação profissional. No entanto, para algumas pessoas cria o vazio, a solidão o abandono de nossos pares...
Embora ela nos proporcione uma possibilidade de aventurar-se mais, ter uma liberdade de ir e vir sem a culpa de ter deixado algo sem fazer.

2 de junho de 2015

Inversão de Valores

Assisto, nos últimos dias, nos telejornais, às informações a respeito da greve dos professores e servidores públicos do Paraná e a resistência do governo em abrir negociação para o fim do movimento que visa assegurar direitos dos trabalhadores.
Estou perplexa com os rumos tomados pela luta pelos  direitos destes trabalhadores, pois no meio do conflito, uma geração de alunos aguarda o desfecho da guerra declarada pelo governo contra os trabalhadores do estado. Enquanto a mídia bombardeia o então governador Carlos Alberto Richa com reportagens sobre a corrupção praticada por seus amigos e pessoas próximas dele, durante sua gestão, ele (governador) bombardeia os servidores do estado com bombas de gás e balas de borracha e se   recusa abrir o diálogo.
As denúncias de corrupção não atingem a Carlos Alberto Richa, representante do governo, haja vista sua indiferença  e suas entrevistas e discursos decorados apontando o governo federal como culpado da crise econômica deflagrada em sua gestão, isentando-se da responsabilidade sobre os fatos.
 No entanto, o bombardeio do governo fere física e psicologicamente professores e funcionários públicos deixando um rastro de sangue de funcionários e professores na história do Paraná.
 Embora o caos se instale no Estado do Paraná, o Poder Judiciário e Poder Legislativo parece não se mover diante da crise e a sociedade começa a cobrar dos professores o retorno das aulas. E, assim,  esquece de que quem realmente tem o poder de solucionar o problema não está interessado e muito menos preocupado com a Educação Pública do Estado do Paraná: o governador!
A população paranaense deve lembrar-se  que ao Poder Legislativo é atribuída a função de aprovar e apresentar leis e projetos que permitam ao seu povo uma vida digna cujos direitos à saúde, à educação, à habitação, ao lazer, ao trabalho , entre outros, pautem o exercício do cargo.
Mais ainda , carece  compreender que o Poder Judiciário tem o dever moral e a  função de  preservar direitos, denunciar aqueles que não os cumpre e ainda determinar punições àqueles que descumprem a lei.
 Porém, nos últimos dias, o que estamos presenciando na história do Paraná são alguns  legisladores legislando em  causa própria: aprovando aumento, em seus próprios salários, superiores ao concedido aos demais servidores   e votando  a favor de  leis que lesam a população e funcionários públicos.
 Do Judiciário, de quem se espera a defesa dos direitos dos cidadãos, assistimos à indiferença, o corporativismo ( dando respaldo aos desmandos do governo) e a ausência para participar do momento histórico agilizando a solução do conflito gerado devido a má administração dos recursos financeiros do estado. Ele (Poder Judiciário)  não interfere na perda de direitos dos trabalhadores, não pune o verdadeiro reponsável (aquele que tinha o poder de mandar parar o bombardeio com um simples telefonema) pelo massacre dos trabalhadores desarmados no dia 29 de abril de 2015, não questiona a prática do governo ao dificultar a negociação com propostas cada vez mais vergonhosas aos trabalhadores e consequentemente não defende os direitos de milhares de alunos que aguardam o fim do conflito para o retorno das aulas... Diante de tal situação, o que pensar?! 
Ética fora de “moda”!
Educação tratada como mercadoria...
Leis que não são cumpridas... "Tratoraço"...
Silêncio  da população diante do caos...
Que valores são esses?
Tenho medo de viver o próximo capítulo! 

13 de maio de 2015

O melhor está por vir...

Sou professora desde 1980. Nestes 36 anos de exercício no magistério, vivenciei muitas experiências  que me fizeram acreditar que a sociedade pode mudar a partir de uma educação de qualidade. E os professores do Paraná tem demonstrado isso escrevendo, com seu sangue, os momentos históricos atuais. 
Porém, nos últimos anos quatro anos,  todos nós,  colegas de profissão,  assistimos ao descaso dos governos, que por não tornarem a educação uma prioridade, sucatearam as escolas suprimindo delas, desde as condições decentes de trabalho  para alunos e professores em ambientes  adequados (entenda-se  com   pisos e paredes em bom estado de conservação, materiais didáticos, móveis apropriados a cada ambiente, assim como ambientes externos bem cuidados - pátio e quadras, ambientes equipados e funcionais para que e pudesse atender aos discente decentemente) a às condições psicológicas  (insegurança no trabalho, falta de pagamento, pressão por aprovação de alunos que não produzem, excesso de alunos em sala, alto índice de indisciplina) para desenvolver o trabalho em sala.
A depredação dos espaços físicos dá-se devido a ausência de verbas para manutenção  assim como redução de recursos humanos para organização e cuidados necessários a preservação. Já o desgaste psicológico do docente  é fruto falta de profissionais de apoio , falta de recursos humanos para o atendimento de portadores de necessidades educacionais especiais,  falta de segurança em sala, falta de programas de acompanhamento  para alunos indisciplinados, salas superlotadas, falta de materiais didáticos... Sem falar na instabilidade  dos  salários  cujos avanços e correções sempre foram incertezas e as incansáveis lutas por manutenção de direitos já adquiridos. A tudo isso soma-se  o massacre dos professores e servidores públicos  no dia 29 de abril de 2015.
O leitor desinformado certamente afirmará  “Não está contente, procura outro trabalho...” No entanto, todo ser humano,  em qualquer circunstância,  tem como prioridade prover sua subsistência. E, de preferência, que possa ser provida com o trabalho para o qual se investiu tempo e estudo. E é por isso que os professores e servidores públicos não desistem!
Os guerreiros comprometidos com a educação, aqueles que lutam, fazem greve, são massacrados nas ruas por governadores tiranos, muito provavelmente lutarão até sucumbir-se vítima de um sistema educacional falido. Alguns deles, fato já comprovado, desenvolvem doenças físicas e ou mentais que os tornam inaptos para continuar sua jornada. Outros permanecerão até o fim de suas forças. A causa de tudo isso é o descaso e falta de políticas educacionais que valorizem o professor  e priorizem a educação de seu povo.
Os pais  desatentos só sentirão falta de lugar para deixar seus filhos enquanto precisam ganhar o pão de cada dia. Nem perceberam que enquanto o tempo passa  a geração de seu filho torna-se , cada vez mais a “massa  populacional sem sonhos, sem perspectiva, sem rumo e sem saber em quem confiar”. 
O adolescente de hoje  tem como exemplo político um governo que massacra seus professores e servidores   em praça pública, como se exibisse um filme de terror para a mídia do pais e do mundo, que mente sobre fatos históricos cruéis pelos quais ele é o principal responsável, que não dialoga e prorroga todos os prazos possíveis para uma negociação, deixando sem aula milhares de alunos,  que assassina do futuro de um povo   e ainda assim, ele ( o adolescente) não vê a  Justiça e os  órgãos competentes moverem-se em prol da defesa da Educação do Paraná... Que esperança pode ter no amanhã?
É deprimente ver a afronta, o massacre, o descaso  e o desrespeito do  Governo Paranaense  com a Educação dos filhos deste povo por quem ele foi eleito em primeiro turno, pois  durante a campanha eleitoral de 2014,  para vencer a eleição, afirmava em cada recanto por onde passava neste Paraná: “ O melhor está por vir”.

Se truculência e desrespeito é o melhor do Governador do Paraná, Carlos Alberto Richa, para a educação pública paranaense, não sou capaz de imaginar o que seria o pior...
No entanto, não sabemos em que governo,  mas certamente  " O melhor, ainda, está por vir!"  porque o professor paranaense não desistirá da luta...

5 de março de 2015

Pais e a sociedade devem apoiar a greve.

A política educacional, dos últimos anos, tem deixado muito a desejar. O sistema escolar, a engrenagem que move o processo ensino aprendizagem direta ou indiretamente:  currículo, regimento escolar, resolução de distribuição de aulas, processo de formação de turmas, leis que regulamentam a carreira profissional dos trabalhadores em educação do Estado do Paraná, enfim as políticas educacionais não estão alinhados de forma que favoreçam o pleno desenvolvimento do aluno.
Os pais precisam saber o que está “por trás da cortina” dos discursos políticos eleitoreiros a  respeito da educação:
- As instituições de ensino estão sucateadas em relação a material didático (laboratórios de informática que não funcionam, escolas com ensino médio sem laboratório de Ciências), na maioria delas não há um espaço físico  adequado  e nem  recursos humanos necessários ao bom andamento da rotina escolar e isso  compromete a aprendizagem. As escolas que estão melhores aparelhadas e com espaços físicos mais organizados  são as APMS que as mantem;
- Há um índice  de rendimento escolar insuficiente  em relação ao que o aluno deveria saber e o que ele realmente domina  em cada série  em curso. O alto índice de aprovação de algumas escolas é fruto da prática da aprovação por conselho de classe: o sistema educacional mantém as salas superlotadas e sem equipe de apoio para acompanhar os alunos problemas que não permitem que todos aprendam e depois exige aprovação para alunos sem a menor condição de acompanhar a série seguinte. A consequência  disso é que estamos vendo nossos alunos terminarem o ensino médio e não conseguirem vaga nas universidades públicas porque não possuem conhecimento cientifico suficiente.
- Grande parte dos alunos portadores de necessidades especiais de aprendizagem está fora de atendimento em programas de aceleração porque as escolas não possuem tais programas e, muitas vezes, os NREs nem tem recursos humanos o suficiente para avaliar a demanda, sem contar aqueles que, de tão lotadas que as turmas estão, os professores não conseguem identificá-los;
-Programas de apoio, só são autorizados depois que os alunos já perderam o ritmo da turma. Isso quando são autorizados.
-Há um alto índice de professores doentes e  afastados  devido ao desgaste emocional e  frustração de desejarem ensinar e não conseguirem atender os alunos que desejam aprender por causa da falta de recursos humanos disponíveis que atendam às demandas das escolas de acordo com o número de alunos,  entre outros fatores.
-Com frequência, servidores públicos que trabalham na Educação são forçados a paralisar as atividades para manterem direitos já assegurados por lei. Fato este que gera um constante desgaste emocional e físico porque ninguém é de ferro.
Porém, senhores pais, um candidato jamais vai afirmar que ele tem alguma coisa a ver com isso tudo. Aqueles que deveriam estar suprindo as  necessidades educacionais do estado recorrem a todos os meios para assegurar que   a sociedade  não conheça esta dura realidade!
Enquanto estivermos de braços cruzados diante de tudo isso, veremos a violência  crescer assustadoramente, porque num país "sem leis", vence o mais forte com as "armas" que tem!
Por tudo isso: #eutônaluta


27 de fevereiro de 2015

NOTA PÚBLICA DO COMANDO DE GREVE ESTADUAL DA APP-SINDICATO EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA - A GREVE DA EDUCAÇÃO CONTINUA!


Publicado em: http://appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=11081  em 27fev2015.

O Comando de Greve Estadual, reunido no dia 26 de fevereiro de 2015, avaliando as propostas apresentadas pelo governo do Estado, após três rodadas de negociações, definiu que é necessária a reabertura das negociações, uma vez que as propostas apresentadas são insuficientes para reverter o caos instalado no PIOR INÍCIO DO ANO LETIVO de nossa história.
Além disso, as propostas apresentadas pelo governo não asseguram direitos fundamentais já garantidos em nossa carreira e também não cumprem alguns compromissos referentes à categoria já assumidos anteriormente pelo governador, o que gera descrédito em relação ao governo. 
O Comando de Greve Estadual avaliou a necessidade da continuidade da GREVE, tendo em vista que pontos da pauta ainda não foram solucionados e que outros deles precisam de maior esclarecimento por parte do governo.
NOSSA GREVE É DE RESISTÊNCIA! Não aceitamos o desmonte nas condições de trabalho, no funcionamento das escolas e da previdência do(a) servidor(a) público(a).

RESISTÊNCIA EM RELAÇÃO ÀS ATITUDES DO GOVERNO:
1- NÃO aceitamos o fechamento das negociações.
O governo anunciou que chegou ao esgotamento das negociações e enviou para a APP-Sindicato um documento escrito e assinado por seus interlocutores Eduardo Sciarra, chefe da Casa Civil, e Fernando Xavier, secretário da Educação.
2 - A greve continua.
O governo está convocando os(a)s trabalhadores(a)s da Educação e os estudantes para voltarem às escolas na segunda-feira (02/03).
Não voltaremos às escolas sem que haja a efetivação dos encaminhamentos das negociações, garantindo a normalização das condições de trabalho nas escolas.

Após análise do texto do governo com as propostas já apresentadas, foram tomados os seguintes encaminhamentos:
1 - Sobre a retomada da organização das escolas, é necessário que o governo apresente imediatamente um calendário de cada item da pauta:
1.1 - Abertura das matrículas para a comunidade escolar, inclusive da Educação Profissional, respeitadas as Resoluções 4527/11 e 001/14.
1.2 - Abertura da demanda dos projetos educacionais para reorganização da escola.
1.3 - Efetivação do Porte das escolas (demanda organizativa) conforme a Resolução 4008/14 e seus ajustes, critérios de dezembro de 2014, após restabelecidos os projetos educacionais e matrículas.
1.4 - Nomeação de todos(a)s os(a)s concursados(a)s antes da distribuição de aulas.
1.5 - Calendário de nova distribuição de aulas, em função do efeito cascata que resultará do atendimento das demandas acima destacadas.
1.6 - Necessidade de dias organizativos na escola para retorno das aulas a partir da distribuição de aulas.
2 - Pagamento das parcelas especiais do Fundo Rotativo: definição de prazo para pagamento das parcelas.
3 - Reivindicamos a antecipação da implantação dos pagamentos e proposta do pagamento dos atrasados das promoções e progressões.
4 - PDE: garantia do PDE 2015 em agosto e retomada das turmas do PDE de 2013 e 2014. Valorização do PDE junto as Universidades Públicas. Pagamento das bolsas para estudantes e professores.
5 - Retomada das licenças especiais.
6 - Paranaprevidência: defesa intransigente dos direitos previdenciários de todos(a)s os(as) servidores(a)s públicos(as) do Estado. A previdência é um patrimônio dos(a)s servidores(a)s que sempre contribuíram com a sua parcela de recursos descontada mensalmente dos salários.
- Vários governos deixaram de aplicar a sua parte no sistema previdenciário ao longo dos anos.
- Não aceitaremos nenhum projeto que retire direitos previdenciários e recursos do Fundo Previdenciário.
- O Comando também definiu que a APP-Sindicato, como integrante do Fórum das Entidades Sindicais (FES), concorda com as mesmas propostas defendidas pelos(as) servidores(as) públicos(as) representados(as) pelo FES para a previdência.

CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA ESTADUAL DA CATEGORIA
Diante do quadro apresentado, o Comando de Greve Estadual decidiu convocar Assembleia Estadual para o dia 04/03/2015, às 9h, em Curitiba.
Importante: somente a Assembleia pode avaliar as propostas apresentadas pelo governo. Portanto é importante que ela ocorra. É um momento de avaliação da categoria. Não significa o encerramento da Greve.
Avaliação do Comando de Greve: entendemos que todas essas medidas são necessárias, pois há uma desconfiança total em relação ao cumprimento das mesmas. Em outros momentos o Governo rompeu com os compromissos assumidos.
Apoio da Comunidade: reiteramos e agradecemos o apoio da comunidade em geral. Estamos lutando para que seu filho e sua filha e você tenham uma Educação de qualidade. Nosso muito obrigado!
                                          Curitiba, 26 de fevereiro de 2015


Prioridade em educação, governador? Não vi ainda...


A impossibilidade de estar presente às reuniões e passeatas (condições físicas ) me obriga a manifestar-me em apoio apenas nas redes sociais. Faz-se necessário apoio total dos pais de alunos a esse movimento em defesa da escola pública paranaense. Cada item da pauta em negociação e imprescindível que seja atendido. Há, sim, itens que se referem a carreira profissional dos servidores públicos, mas há itens, que precisam ficar bem claro à população paranaense: dizem respeito especificamente à formação dos alunos, a qualidade de atendimento dado aos filhos de trabalhadores e trabalhadoras do Paraná. Estou aposentada, mas quem me conhece sabe do meu comprometimento com a qualidade de ensino. Posso assegurar aos pais de alunos que não há aprendizagem real em salas lotadas! É impossível planejar e executar uma boa aula onde há alunos que querem aprender, mas  a seu lado há também aqueles que ali estão, porém precisam de muito mais do que conhecimento científico: precisam de limites, precisam de comida, precisam de outros atendimentos de rede de saúde e de apoio...Numa escola sucateada, julga-se que basta professor e aluno para que haja aprendizagem. É total ignorância acreditar que não há  variantes que interferem no processo de ensino aprendizagem. Ledo engano!
A escola pública tem o dever de atender a todos e todas. Entretanto, o Estado deve provê-la  com recursos humanos com competência para atender a todos e todas suprindo suas necessidades educacionais. Para tanto, a equipe multidisciplinar faz-se necessário: professores( de sala de aula no ensino regular, professores de projetos de apoio e atividades extracurriculares), pedagogos, diretores, psicólogos e rede de apoio na área da saúde e segurança que atendam a demanda do número de alunos em cada. No entanto, não temos! Nossas crianças e adolescente merecem um ambiente agradável para permanecerem na escola. No entanto, não temos!
É revoltante ver as entrevistas dadas pelo Governo do Estado do Paraná em que ele diz que “Educação, para seu governo, é prioridade”! Ou ele tem um conceito equivocado de prioridade ou ele não conhece a realidade das escolas estaduais do Paraná!
Por isso, acredito que não podemos ceder! 
Nossa carreira está em risco, nossa aposentadoria está em risco, é uma verdade! Porém o futuro da carreira de nossos alunos também está em risco! Não podemos permitir a formação de mais corruptos na sociedade. A educação precisa ser respeitada, pois estamos falando dos valores que estamos ensinando as nossas crianças e adolescentes. Ou ensinamos a eles a serem tratados com dignidade e que tem direito a uma escola pública de qualidade ou pagaremos o preço: veremos as próximas gerações de trabalhadores submissas a uma elite exploradora e egoísta! 
Por isso, a Appsindicato tem o dever de continuar a luta! Pais, professores e sociedade tem a obrigação de engajar-se à luta. As consequências da ausência de investimentos na Educação somos todos e todas nós quem sofremos: conviver com todos os tipo de violência e de exploração !


26 de fevereiro de 2015

Informação APPsindicato_26/02/2015

Reunião do Comando de Greve definiu convocação da ASSEMBLEIA DA CATEGORIA PARA A PRÓXIMA QUARTA-FEIRA (4). Até lá, os comandos de greve regionais debaterão as propostas do governo com todos(as) os(as) educadores(as). Na terça-feira, dia 3, acontece uma nova reunião do Comando Estadual de Greve ampliado com a participação do Conselho Estadual da APP-Sindicato. O local e horário da assembleia serão informados assim que forem definidos. Na assembleia, o conjunto da categoria - unido - decidirá os próximos passos da luta. Vamos participar do debate e continuar construindo, juntos, a nossa mobilização. Mais informações, em breve, no portal da APP.                      Fonte:  www.facebook.com/appsindicato?fref=ts em 26 fev 2015

Greve faz governo apresentar propostas
Publicado em : http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/noticia.aspx?id=11071 em 26 fev 2015

Ruas interditadas e tomadas por um verdadeiro formigueiro humano de mais de 50 mil pessoas que saíram em marcha para defender a educação pública do Paraná. Juntaram-se aos(às) milhares de educadores(as), estudantes, pais, mães, servidores(as) de outras áreas que compreenderam o porquê a categoria está em greve desde o dia 09 deste mês.
Enquanto a marcha acontecia, uma comissão formada por diretores(as) estaduais da APP-Sindicato e integrantes do comando estadual de greve chegavam à sede do governo do Estado para mais uma rodada de negociações.Traziam junto as reivindicações desta greve, as expectativas, os anseios, a indignação e as angustias dos trabalhadores(as) da educação pública do estado do Paraná.
Nas negociações que se seguiram por mais de 3 horas, o governo apresentou seus números e suas propostas. A categoria agora terá a responsabilidade de analisar cada uma e, coletivamente, deliberar sobre a continuidade ou não desta greve.
O professor Hermes Leão, presidente da APP, destaca que o movimento tem sido vitorioso. “O governo teve que recuar de sua decisão de destruir as carreiras dos educadores, quanto foi obrigado pela manifestação da categoria a retirar os projetos de lei que nos retiravam direitos”, afirma. Ele também destaca que as mobilizações pelo interior, o acampamento e atos na capital foram fundamentais para se avançar na pauta.
Confira a pauta da greve e as propostas apresentadas pelo governo até hoje:
Item da pauta
Proposta do Governo
Retirada dos projetos de lei: PLC 06/2015 e PJ 60/2015
Categoria mobilizada derrotou projetos de lei que nos tiravam direitos!
Governo retirou totalmente os projetos da Alep. Garantiu que não enviará qualquer projeto que retire direitos dos(as) servidores(as)
Sobre a previdência, retirou projeto da Alep e garantiu que fará um amplo debate com o Fórum das Entidades Sindicais(FES) sobre qualquer alteração. Afirmou que Fundo Previdenciário não será extinto.
2. Pagamento imediato dos salários em atraso (PSS e 1/3 férias / auxílio alimentação/conveniadas)

Rescisão PSS – pagamento foi efetuado ontem (24).
1/3 de Férias – Governo se comprometeu a realizar o pagamento em parcela única até dia 31 de março, a todos(as) os(as) educadores(as) que usufruíram das férias em janeiro.

Auxílio Alimentação – atrasados de novembro e dezembro foram pagos em janeiro e o de janeiro será pago este mês.

Conveniadas – Na reunião de hoje, governo afirmou que todos os repasses serão quitados até a próxima segunda-feira (02).
Progressões e Promoções ematraso: governo Implantará nos salários nos meses de maio (funcionários/as) e junho (professores/as) e abrir debate sobre pagamento de atrasados.

Fundo Rotativo – Seed informou que realizará o pagamento de duas cotas extras referentes a atrasos do ano de 2014.
3. Retomada das negociações sobre os temas educacionais e a organização escolar
Reabertura de turmas – Escolas poderão solicitar abertura e readequação de turmas. Seed encaminhará os procedimentos. Pedimos que enviem cópia do protocolo para o sindicato, através do email: educacional@app.com.br
Nova distribuição de aulas: Seed argumentou que não será necessária uma nova distribuição. Farão ajustes pontuais para adequar a distribuição já realizada com a reabertura das turmas, projetos e programas. SEED informou a suspensão do artigo que impede efeito cascata na distribuição de aulas.
Retomara de programas e projetos
CELEM – serão liberadas as turmas onde houver demanda. As aulas serão atribuídas a professores(as) QPM ou PSS.

Hora-treinamento – Retomada

Mais educação – Retomada

Salas de apoio – Todas Retomadas
Todos estes projetos serão retomados e comporão novamente o cálculo para reestabelecimento do porte das escolas.
Distribuição de aulas PSS – Aos(às)  professores(as) PSS poderão ser atribuídas aulas em número inferior a 26 h/a. Àqueles(as) que foram prejudicados(as) nas distribuições anteriores terão sua classificação garantida.
Ordem de serviço – Será reaberto novo prazo para pedidos, inclusive para novos concursados(as).
Licença para mestrado e doutorado– estão garantidas as prorrogações e novas liberações, obedecendo resolução específica.
Nomeação de concursados(as) – governo reafirmou nomeação de cerca de 1000 pedagogos(as) e outros 463 professores(as) que haviam ficado fora do decreto de nomeação anterior.
Licença especial – Seed havia suspenso as licenças para todo o ano de 2015. Hoje o secretário afirmou que estão suspensas até junho. Educadores(as) que necessitam tirar licença neste período devem apresentar pedido com justificativa.
PDE – governo havia suspenso o PDE para este ano. Recuou desta posição e mantém a suspensão até agosto.
Agentes Educacionais I – serão recontratados imediatamente;
Agentes educacionais II – serão contratados à partir da readequação do porte das escolas.
4. Retomada do Porte das Escolas (tendo como referencia mínima dez/2014)
Seed informou que um novo Porte será rodado obedecendo os mesmos critérios de dezembro de 2014. Isto significa que os números de funcionários(as), pedagogos(as), diretores(as) e diretores(as) auxiliares por escola continuam de acordo com regra do ano passado.

Também foi definida a constituição de um grupo de trabalho com o objetivo de acompanhar a evolução das Finanças do estado. 
Nesta quinta-feira(26) acontece uma reunião do comando estadual de greve para avaliar as propostas apresentadas e, somente depois disso, deve determinar a convocação ou não de uma assembleia da categoria. A assembleia deve ser convocada com, no mínimo 48 horas de antecedência com publicação em jornal de circulação estadual. Portanto, a greve e o acampamento continuam até que educadores(as) avaliem as propostas do governo e decidam o futuro da mobilização. (grifos nossos)

Participaram da reunião integrantes da direção estadual da APP-Sindicato: Hermes Silva Leão, Walkíria Olegário Mazeto, Marlei Fernandes de Carvalho, Celso José dos Santos, Elizamara Goulart, Luiz Fernando Rodrigues, além de integrantes do comando estadual de greve: Luiz Carlos Paixão da Rocha e Rodrigo Tomazini. O deputado estadual Professor Lemos (PT) e o economista Cid Cordeiro também acompanharam o debate.