6 de maio de 2014

Lições de cidadania dos educadores paranaenses.

Os profissionais da educação paranaense viveram um momento histórico na luta por uma educação de qualidade nestes últimos dias. Em assembleia, os profissionais que trabalham na educação recorreriam à paralisação para que seus direitos, já assegurados por lei e não cumpridos pelo atual governo, fossem cumpridos.
Segundo a APP, órgão que representa a classe, 90 % das escolas aderiram ao movimento, que deixou alunos sem aulas por alguns dias. No entanto, por motivos particulares, entre eles financeiros e por medo de retaliações do governo alguns profissionais não aderiram ao movimento.
Porém é do conhecimento da sociedade paranaense, que nas instituições escolares há um calendário a ser cumprido, pois aulas não dadas significam conteúdos não trabalhados. Segundo a LDB 9394/96 , faz-se necessário o cumprimento de uma carga horária mínima de 200 dias letivos.
No entanto, a SEED passou uma instrução de que deverá haver a reposição de aulas, com presença dos alunos, apenas para os professores que aderiram ao movimento, pois  os demais deverão repor apenas os conteúdos (sem a presença dos alunos). Porém, esta manobra parece ter a finalidade de provocar intrigas e desunião da classe. Essa  instrução  não deveria ser acatada pelos professores.
Temos compromisso com a educação paranaense. Somos conhecedores de nossos direitos assim como dos nossos deveres. Sabemos que os direitos dos alunos devem ser assegurados com aulas presenciais por todos: professores grevistas  ou não. 
A  paralisação beneficiou a todos:  os que paralisaram e os que permaneceram nas escolas sem alunos. A aprendizagem  dos alunos não pode ser banalizada porque lutamos por nossos direitos.
A primeira lição de exercício da cidadania, na prática,  foi um movimento que levou às ruas da capital do Paraná cerca de 30.000 educadores ,  sem qualquer violência ou depredação de patrimônio público. A segunda lição dos educadores deve ser cumprir o compromisso com a educação de qualidade: todos, grevistas ou não, repor aulas e conteúdos, com a presença de alunos,  cumprindo o calendário escolar. 

Clarice Fernandes
Professora de Língua Portuguesa
Especialista em Didática e Metodologia de Ensino
Especialista em Psicopedagogia