Os profissionais da educação
paranaense viveram um momento histórico na luta por uma educação de qualidade
nestes últimos dias. Em assembleia, os profissionais que trabalham na educação
recorreriam à paralisação para que seus direitos, já assegurados por lei e não
cumpridos pelo atual governo, fossem cumpridos.
Segundo a APP, órgão que
representa a classe, 90 % das escolas aderiram ao movimento, que deixou alunos sem aulas por alguns dias. No entanto, por
motivos particulares, entre eles financeiros e por medo de retaliações do
governo alguns profissionais não aderiram ao movimento.
Porém é do conhecimento da
sociedade paranaense, que nas instituições escolares há um calendário a ser
cumprido, pois aulas não dadas significam conteúdos não trabalhados. Segundo a
LDB 9394/96 , faz-se necessário o cumprimento de uma carga horária mínima de
200 dias letivos.
No entanto, a SEED passou uma
instrução de que deverá haver a reposição de aulas, com presença dos alunos,
apenas para os professores que aderiram ao movimento, pois os demais deverão repor apenas os conteúdos (sem
a presença dos alunos). Porém, esta manobra parece ter a finalidade de provocar
intrigas e desunião da classe. Essa instrução não deveria ser acatada pelos professores.
Temos compromisso com a educação
paranaense. Somos conhecedores de nossos direitos assim como dos nossos
deveres. Sabemos que os direitos dos alunos devem ser assegurados com aulas
presenciais por todos: professores grevistas ou não.
A paralisação beneficiou a todos: os que paralisaram e os que permaneceram nas
escolas sem alunos. A aprendizagem dos alunos não pode ser banalizada porque
lutamos por nossos direitos.
A primeira lição de exercício da
cidadania, na prática, foi um movimento
que levou às ruas da capital do Paraná cerca de 30.000 educadores , sem qualquer violência ou depredação de
patrimônio público. A segunda lição dos educadores deve ser cumprir o
compromisso com a educação de qualidade: todos, grevistas ou não, repor aulas e
conteúdos, com a presença de alunos, cumprindo o calendário escolar.
Clarice Fernandes
Professora de Língua Portuguesa
Especialista em Didática e Metodologia de Ensino
Especialista em Psicopedagogia