Clarice Fernandes
Muitas vezes ouvimos falar em depressão na atualidade. Que mal é este que tanto aflige os seres humanos? Quais sintomas são apresentados por aqueles acometidos pela doença? Como conviver com o depressivo? São muitas as perguntas para as quais não existem respostas prontas...
Muitas vezes ouvimos falar em depressão na atualidade. Que mal é este que tanto aflige os seres humanos? Quais sintomas são apresentados por aqueles acometidos pela doença? Como conviver com o depressivo? São muitas as perguntas para as quais não existem respostas prontas...
O depressivo se fecha numa bolha
criada por ele mesmo. Com ele, nesta bolha, ele aprisiona seus medos, suas
frustrações, suas angustias... Romper o
invólucro em que ele está não é assim tão fácil.
Para quem olha de fora, parece
“frescura”, falta de determinação, de boa vontade de estar bem. O depressivo
mergulha numa escuridão que o torna incapaz de ver as cores da vida. Não
importa a paisagem, não importa o acolhimento de quem o rodeia, não importa a
aflição daqueles que estão em sua volta. O mundo para ele parece resumir-se a sua
condição de aprisionado aos fatos que despertaram o gatilho da depressão.
Para leigos observadores basta um psiquiatra
e uma boa dose de antidepressivo e o problema está solucionado. Porém, quando se
mergulha num mar de tristeza e angustias e, ainda se desconhece o gatilho
que determinou o inicio da doença nenhuma porção mágica ou farmacêutica dará
resposta adequada. Pode fazer com que o doente se acalme, se aquiete...
Entretanto essa calma não e fruto de seu “eu” libertado da dor que provocou a
depressão.
Religiosos apontam o caminho da fé
como respostas aos males causados pela doença. E, não questiono aqui o poder da
oração. Mas como sair de tal labirinto, se quando se chega a um elevado nível depressivo,
normalmente, é porque a fé já saiu pela porta há muito tempo.
Afirma-se também que o exercício físico
pode ser um grande coadjuvante na cura. E certamente o é...
Todavia uma ajuda profissional de
um bom ouvinte (psicólogo ou não) pode nos ajudar a aliviar o peso das dores
que guardamos no mais fundo de nossa alma.
Livrar-se da depressão não é fácil...
Precisa-se buscar a causa... Libertar-se da causa e reconstruir novas pontes...
Novas relações, novos sonhos, novos recomeços.
Nada disso é possível sem o
nosso querer ativado. A ativação depende da rede de relações que nos
cerca. Se essa rede não estiver saudável a cura é complicada, embora não é impossível.
Depressivo é um ser sensível, que
mesmo aprisionado ao sofrimento, não abandona o barco, pois não tem noção que,
consigo, afunda aqueles que estão a sua volta.
Corajoso e forte é aquele que
consegue olhar para si mesmo e apontar em que contribui para que o barco se afunde
sem jogar a culpa no outro e esconder-se atrás das causas externas (no outro).
O outro só nos domina enquanto deixamos que ele assim o faça.
Reconhecer a parcela de participação no processo depressivo é o primeiro passa para libertar-se . O segundo é reconhecer-se como um ser que precisa de ajuda e aceitá-la e ou buscá-la onde quer que acreditamos que possa estar...
O restante será consequentes lutas diárias na busca por uma vida saudável..