A arte da existência humana é um
ciclo solitário. Pensamos ser coletivo, no entanto, nossa individualidade
apenas se cruza a outras desde o nascimento a despedida final.
Nascemos amparados por parteiras,
enfermeiras e médicos, mas ficamos sozinhos durante nove meses no ventre de
nossas mães. Sozinhos, muitos de nós fazemos a passagem do conforto do ventre
materno para chegarmos ao mundo. Somos acalentados por quem nos segura ao
chegar a este mundo, ganhamos colos, carinhos...
Porém, com o passar do tempo, descobrimos
que sozinhos enfrentaremos nossos medos, nossas fraquezas, nossas desilusões,
nossas frustrações.
Acreditamos que sozinhos não
podemos viver e passamos a vida buscando o amor num parceiro ideal. Queremos
ser amados por nossos pais, irmãos, amigos, professores...
E nessa incessante busca em
pertencer a algum grupo, amar e ser amado nos envolvemos em grupos escolares,
religiosos e de trabalho. Não importa o quanto tentamos priorizar a companhia
do outro, um dia a nossa companhia não lhes será mais assim tão acolhida.
Procuramos amores que nos serão
parceiros, mas descobrimos que também ele, um dia, nos deixarão pelos mais
diversos motivos: encontram novos interesses ou o destino os recolhe de nossas
vidas.
Temos a ilusão de que os nossos
filhos nos acompanharão, mas também eles encontram novos caminhos, novos
interesses e se vão.
E ,quando, enfim, mais frágeis
ficamos, todos estão ocupados com seus projetos de vida e devemos nos conformar com a atenção
que o outro se dispões a nos oferecer, sem esperar mais do que ele tem, podem
ou querem nos oferecer.
A vida é um exercício solitário
por mais que desejamos ou esperamos acolhimento.