2 de março de 2013

Dia internacional da mulher

Texto  1:  Por que 8 de março é o Dia Internacional da Mulher?

As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20, mas os eventos que levaram à criação da data são bem anteriores a este acontecimento.
Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.
O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.
Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. O objetivo era honrar as lutas femininas e, assim, obter suporte para instituir o sufrágio universal em diversas nações.
Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz" - que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.
Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
"O 8 de março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países",  explica a professora Maria Célia Orlato Selem, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília e doutoranda em História Cultural pela Universidade de Campinhas.
No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram em meio aos grupos anarquistas do início do século 20, que buscavam, assim como nos demais países, melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 30, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas. A partir dos anos 1970 emergiram no país organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher.


Texto  2:    Rendimento das mulheres cresce 13,5%
Por Luciana Nunes Leal e Wilson Tosta
Rio - O rendimento médio do trabalho das mulheres brasileiras cresceu 13,5% reais em 2010 na comparação com 2000 - muito além dos 4,1% dos homens e dos 5,5% de ambos os sexos somados, constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2010.
O órgão verificou que, com as mudanças, a renda mensal média feminina, que equivalia a 67,7% do que ganhavam os homens no início da série, passou a 73,8% no seu fim. A pesquisa mostra que os maiores avanços da renda média mensal das trabalhadoras aconteceram no Nordeste, onde o aumento foi de 30,3% reais, de R$ 645 para R$ 841, contra 10,3% dos homens, de R$ 1.097 para R$ 1.210.
Também houve aumentos expressivos dos ganhos mensais femininos no período no Centro-Oeste (22,8%) e Norte (21,7%). No Sul, o aumento da renda média do trabalho das mulheres foi de 15,2%. Os valores foram corrigidos pelo INPC, com base em setembro de 2010, por isso são comparáveis.
Os avanços nos rendimentos de mulheres ocorreram em um quadro de melhoria geral da renda domiciliar combinada com uma concentração de renda ainda acentuada. De 2000 para 2010,o "rendimento mensal dos domicílios particulares permanentes" (denominação oficial do indicador) cresceu 15,5% além da inflação. "Em todas as Grandes Regiões houve ganho real no rendimento domiciliar, de 2000 para 2010, sendo que o menor foi o da Região Sudeste (11%) e, nas demais, o incremento variou de 21,5% a 25,5%", diz o relatório da pesquisa.
Segundo o texto, em 2010 a renda domiciliar média teve crescimento real em todos os Estados, tendo variado de 8,7% a 40,1%. Maranhão, Tocantins e Piauí foram os Estados em que o rendimento médio mais cresceu, acima de 35%.
Na análise do rendimento domiciliar per capita também fica evidente a pobreza que permanece no Nordeste, apesar dos avanços de renda na região. Lá, em 2010, quase um entre cada quatro pessoas (19,8%) ganhava até 1/4 do salário mínimo; 23,6%, de 1/4 a 1/2; e 28,1, mais de 1/2 a 1. Somados, equivaliam a 71,5% dos rendimentos domiciliares per capita. Na outra ponta, era a região do País com menos gente ganhando mais de cinco salários mínimos, apenas 3,2%.
Estadão Conteúdo. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/rendimento-das-mulheres-cresce-13-5
Acesso em 26 fev 2013


Texto  3: Desigualdade salarial entre homens e mulheres se manteve em 2011

Estudo do IBGE mostra que trabalhadoras continuam recebendo, pelo terceiro ano consecutivo, apenas 72,3% do salário dos homens.

A desigualdade salarial entre homens e mulheres manteve-se no mesmo patamar em 2011, segundo o estudo Mulher no mercado de trabalho: perguntas e respostas divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Segundo a pesquisa, as mulheres receberam, em média, 72,3% do salário dos homens em 2011, proporção que se repete nos levantamentos de 2010 e 2009. O rendimento médio do trabalho das mulheres em 2011 foi 1.343,81 reais enquanto o dos homens foi de 1.857,63 reais.
O estudo mostrou ainda que a jornada de trabalho das mulheres continua inferior à dos homens. Em 2011, as mulheres trabalharam, em média, 39,2 horas semanais, que representa 90% das 43,4 horas dos homens. Entretanto, segundo o IBGE, 4,8% das mulheres ocupadas em 2011 gostariam de aumentar a carga horária semanal.
Ainda de acordo com a pesquisa, as atividades que mais absorveram mão de obra feminina em 2011, em relação ao patamar de 2003, foram o comércio, em que a participação das mulheres cresceu de 38,2% para 42,6%, e os serviços prestados às empresas, com aumento de 37,3% para 42,0%. Nos serviços domésticos, ainda predomina a mão de obra feminina (94,8%), com porcentual idêntico ao registrado em 2003.
O levantamento constatou também que as mulheres aumentaram sua participação na ocupação formal. Em 2003, a proporção de homens com carteira assinada entre o total de contratados pelo setor privado era de 62,3%, enquanto a das mulheres era de 37,7%, uma diferença de 24 pontos porcentuais. No ano passado, essas proporções foram de 59,6% de homens e de 40,4% de mulheres, reduzindo a diferença para 19 pontos porcentuais. Porém, o maior crescimento da participação feminina foi observado no emprego sem carteira no setor privado, cuja fatia saiu de 36,5% em 2003 para 40,5% em 2011.
Em 2011, as mulheres somaram 53,7% da população brasileira com 10 anos ou mais (idade ativa). Na população ocupada, elas ainda ficaram em menor número do que os homens (45,4%), mas em relação a 2003 houve crescimento de 2,4 pontos porcentuais na população ocupada feminina.
Entre as mulheres negras e pardas, a taxa de desocupação caiu de 18,2% em 2003 para 9,1% em 2011. Entre as brancas, o indicador teve redução de 13,1% em 2003 para 6,1% no ano passado.
(Agência Estado)



Texto  4: Mulher
                       Erasmo Carlos
Dizem que a mulher
É o sexo frágil
Mas que mentira
Absurda!
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas...

Vejam como é forte
A que eu conheço
Sua sapiência
Não tem preço
Satisfaz meu ego
Se fingindo submissa
Mas no fundo
Me enfeitiça...

Quando eu chego em casa
À noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas prá quem deu luz
Não tem mais jeito
Porque o filho
Quer seu peito...

O outro já reclama
A sua mão
E o outro quer o amor
Que ela tiver
Quatro homens
Dependentes e carentes
Da força da mulher...

Mulher! Mulher!
Do barro
De que você foi gerada
Me veio inspiração
Prá decantar você
Nessa canção...

Mulher! Mulher!
Na escola
Em que você foi
Ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte
Mas não chego
Aos seus pés