Sou professora desde 1980.
Nestes 36 anos de exercício no magistério, vivenciei muitas experiências que me fizeram acreditar que a sociedade pode
mudar a partir de uma educação de qualidade. E os professores do Paraná tem demonstrado isso escrevendo, com seu sangue, os momentos históricos atuais.
Porém,
nos últimos anos quatro anos, todos nós, colegas
de profissão, assistimos ao descaso dos
governos, que por não tornarem a educação uma prioridade, sucatearam as escolas
suprimindo delas, desde as condições decentes de trabalho para alunos e
professores em ambientes adequados (entenda-se com pisos e paredes em bom
estado de conservação, materiais didáticos, móveis apropriados a cada ambiente,
assim como ambientes externos bem cuidados - pátio e quadras, ambientes
equipados e funcionais para que e pudesse atender aos discente decentemente) a às
condições psicológicas (insegurança no trabalho, falta de pagamento, pressão por aprovação de alunos que não produzem, excesso de alunos em sala, alto índice de indisciplina) para
desenvolver o trabalho em sala.
A
depredação dos espaços físicos dá-se devido a ausência de verbas para
manutenção assim como redução de
recursos humanos para organização e cuidados necessários a preservação. Já o
desgaste psicológico do docente é fruto
falta de profissionais de apoio , falta de recursos humanos para o atendimento
de portadores de necessidades educacionais especiais, falta de segurança em sala, falta de
programas de acompanhamento para alunos
indisciplinados, salas superlotadas, falta de materiais didáticos... Sem falar na
instabilidade dos salários
cujos avanços e correções sempre foram incertezas e as incansáveis lutas por manutenção de direitos já adquiridos. A tudo isso soma-se o massacre dos professores e servidores públicos no dia 29 de abril de 2015.
O
leitor desinformado certamente afirmará
“Não está contente, procura outro trabalho...” No entanto, todo ser humano, em qualquer circunstância, tem como prioridade prover sua subsistência. E,
de preferência, que possa ser provida com o trabalho para o qual se investiu
tempo e estudo. E é por isso que os professores e servidores públicos não desistem!
Os
guerreiros comprometidos com a educação, aqueles que lutam, fazem greve, são massacrados nas ruas por
governadores tiranos, muito provavelmente lutarão até sucumbir-se vítima de um
sistema educacional falido. Alguns deles, fato já comprovado, desenvolvem
doenças físicas e ou mentais que os tornam inaptos para continuar sua jornada. Outros permanecerão até o fim de suas forças. A causa de tudo isso é o descaso e falta de políticas educacionais que valorizem
o professor e priorizem a educação de
seu povo.
Os pais desatentos só sentirão falta de lugar para deixar seus filhos enquanto precisam
ganhar o pão de cada dia. Nem perceberam que enquanto o tempo passa a geração de seu filho torna-se , cada vez
mais a “massa populacional sem sonhos,
sem perspectiva, sem rumo e sem saber em quem confiar”.
O
adolescente de hoje tem como exemplo
político um governo que massacra seus professores e servidores em praça pública, como se exibisse um filme
de terror para a mídia do pais e do mundo, que mente sobre fatos históricos
cruéis pelos quais ele é o principal responsável, que não dialoga e prorroga
todos os prazos possíveis para uma negociação, deixando sem aula milhares de
alunos, que assassina do futuro de um
povo e ainda assim, ele ( o
adolescente) não vê a Justiça e os órgãos competentes moverem-se em prol da
defesa da Educação do Paraná... Que esperança pode ter no amanhã?
É
deprimente ver a afronta, o massacre, o descaso
e o desrespeito do Governo Paranaense com a Educação dos filhos deste povo por quem
ele foi eleito em primeiro turno, pois durante a campanha eleitoral de 2014, para vencer a eleição, afirmava em cada
recanto por onde passava neste Paraná: “ O melhor está por vir”.
Se truculência e desrespeito é o melhor do Governador do Paraná, Carlos Alberto Richa, para a educação pública paranaense, não sou capaz de
imaginar o que seria o pior...
No entanto, não sabemos em que governo, mas certamente " O melhor, ainda, está por vir!" porque o professor paranaense não desistirá da luta...