13 de maio de 2015

O melhor está por vir...

Sou professora desde 1980. Nestes 36 anos de exercício no magistério, vivenciei muitas experiências  que me fizeram acreditar que a sociedade pode mudar a partir de uma educação de qualidade. E os professores do Paraná tem demonstrado isso escrevendo, com seu sangue, os momentos históricos atuais. 
Porém, nos últimos anos quatro anos,  todos nós,  colegas de profissão,  assistimos ao descaso dos governos, que por não tornarem a educação uma prioridade, sucatearam as escolas suprimindo delas, desde as condições decentes de trabalho  para alunos e professores em ambientes  adequados (entenda-se  com   pisos e paredes em bom estado de conservação, materiais didáticos, móveis apropriados a cada ambiente, assim como ambientes externos bem cuidados - pátio e quadras, ambientes equipados e funcionais para que e pudesse atender aos discente decentemente) a às condições psicológicas  (insegurança no trabalho, falta de pagamento, pressão por aprovação de alunos que não produzem, excesso de alunos em sala, alto índice de indisciplina) para desenvolver o trabalho em sala.
A depredação dos espaços físicos dá-se devido a ausência de verbas para manutenção  assim como redução de recursos humanos para organização e cuidados necessários a preservação. Já o desgaste psicológico do docente  é fruto falta de profissionais de apoio , falta de recursos humanos para o atendimento de portadores de necessidades educacionais especiais,  falta de segurança em sala, falta de programas de acompanhamento  para alunos indisciplinados, salas superlotadas, falta de materiais didáticos... Sem falar na instabilidade  dos  salários  cujos avanços e correções sempre foram incertezas e as incansáveis lutas por manutenção de direitos já adquiridos. A tudo isso soma-se  o massacre dos professores e servidores públicos  no dia 29 de abril de 2015.
O leitor desinformado certamente afirmará  “Não está contente, procura outro trabalho...” No entanto, todo ser humano,  em qualquer circunstância,  tem como prioridade prover sua subsistência. E, de preferência, que possa ser provida com o trabalho para o qual se investiu tempo e estudo. E é por isso que os professores e servidores públicos não desistem!
Os guerreiros comprometidos com a educação, aqueles que lutam, fazem greve, são massacrados nas ruas por governadores tiranos, muito provavelmente lutarão até sucumbir-se vítima de um sistema educacional falido. Alguns deles, fato já comprovado, desenvolvem doenças físicas e ou mentais que os tornam inaptos para continuar sua jornada. Outros permanecerão até o fim de suas forças. A causa de tudo isso é o descaso e falta de políticas educacionais que valorizem o professor  e priorizem a educação de seu povo.
Os pais  desatentos só sentirão falta de lugar para deixar seus filhos enquanto precisam ganhar o pão de cada dia. Nem perceberam que enquanto o tempo passa  a geração de seu filho torna-se , cada vez mais a “massa  populacional sem sonhos, sem perspectiva, sem rumo e sem saber em quem confiar”. 
O adolescente de hoje  tem como exemplo político um governo que massacra seus professores e servidores   em praça pública, como se exibisse um filme de terror para a mídia do pais e do mundo, que mente sobre fatos históricos cruéis pelos quais ele é o principal responsável, que não dialoga e prorroga todos os prazos possíveis para uma negociação, deixando sem aula milhares de alunos,  que assassina do futuro de um povo   e ainda assim, ele ( o adolescente) não vê a  Justiça e os  órgãos competentes moverem-se em prol da defesa da Educação do Paraná... Que esperança pode ter no amanhã?
É deprimente ver a afronta, o massacre, o descaso  e o desrespeito do  Governo Paranaense  com a Educação dos filhos deste povo por quem ele foi eleito em primeiro turno, pois  durante a campanha eleitoral de 2014,  para vencer a eleição, afirmava em cada recanto por onde passava neste Paraná: “ O melhor está por vir”.

Se truculência e desrespeito é o melhor do Governador do Paraná, Carlos Alberto Richa, para a educação pública paranaense, não sou capaz de imaginar o que seria o pior...
No entanto, não sabemos em que governo,  mas certamente  " O melhor, ainda, está por vir!"  porque o professor paranaense não desistirá da luta...