7 de março de 2021

Saúde mental na pandemia covid 19

                                                           Clarice Fernandes (07/03/2021)

A pandemia da covid teve inicio no Brasil em janeiro de 2020. É uma doença infecciosa, cuja Ciência ainda estuda seu agravamento na saúde dos contaminados. As reações são diferentes em cada grupo de pessoas. Inicialmente, apenas pessoas idosas evoluíam para quadros graves da doença, porem com as mutações que ocorreram, após um ano do aparecimento, a doença vem desenvolvendo quadros graves também em pessoas mais jovem. Em março de 2021, o número de vitimas fatal ultrapassa 260.000 brasileiros e no mundo mais de 2,5 milhões de pessoas perderam suas vidas.

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (nCoV-2019) foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Os primeiros coronavírus humanos foram identificados em meados da década de 1960. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020.

Diante de um cenário tão cruel imposto por tal doença e dos protocolos a que se submete quem se contamina ou perde ente queridos, sentimentos diversos são despertados na população. Difícil descrever a avalanche porque passa cada família ao receber a confirmação de contaminação de um parente.

Em muitos casos os sintomas são leves e dispensam medicação ou cuidados hospitalares. Mas não há um padrão para a doença. Numa mesma família, um pode ser assintomático e outro evoluir a óbito. A incidência maior de óbitos ocorre com pessoas com comorbidades (pessoas que já tem quadro de outras doenças antes de se contaminar) e idosos. Mas existem idosos e pessoas com comorbidades que apresentam casos moderados e se recuperam com cuidados hospitalares. Contaminar-se de covid é como fazer roleta russa (perigoso jogo de azar em que se coloca apenas uma bala no “tambor” do revólver para girá-lo, apontando a arma para a cabeça e apertando o gatilho da arma com o objetivo de ver quem tem a sorte de não ser atingido pela bala) com a própria vida. A pessoa acometida pela doença sofre os sintomas, mas os familiares e amigos perdem o chão e a estabilidade emocional. Viver os dias em que se aguarda a evolução da doença é uma verdadeira tortura. Nunca se sabe o que vai ocorrer: se uma melhora em 7 a 10 dias ou se um internamento com intubação e risco de perder a vida. Por tudo isso não é só o paciente que sofre, mas todo o entorno dele.

Sobreviver a uma pandemia como esta da covid é viver de sobressaltos a cada vez que um telefone toca. Quem tem parentes distantes é uma agonia constante. É impossível tranquilizar o coração, sabendo que estamos todos expostos a falta de empatia do outro que não usa máscara, faz aglomerações e não respeita protocolos.

As incertezas geradas pela falta de politica pública unificada gera conflitos diários entre a população e seus gestores (prefeitos e governadores). E em meio à guerra politica de quem vai capitalizar eleitores com a pandemia, os brasileiros seguem sem entender riscos e consequências da doença.

A credibilidade da Ciência atacada pelo capital gerou o caos onde a ignorância e obscurantismo impera. Nesse contexto, os conflitos crescem. A luta pela vacina não prospera e o medo da contaminação nos impõe a necessidade de afastamento social.

O isolamento necessário para evitar contaminação inflige a todos à solidão e falta de convívio social necessário para uma boa saúde mental. As famílias obrigam-se ao  afastamento de seus idosos, dos amigos e das boas rodas de conversas, assim como de passeios e atividades de entretenimento.

Consequentemente, o adoecimento mental vem à tona. Torna-se urgente que aqueles que estão com dificuldades para lidar com a ansiedade gerada por este momento difícil busque ajuda profissional de psicólogos e psiquiatras para conseguirem amenizar o sofrimento despertado pelas ocorrências com as quais a pandemia nos aflige.

As despedidas daqueles que não vence a covid são dolorosas. A espera de noticias de quem está internado são angustiantes. Os retornos para casa daqueles que estão trabalhando preocupam. A ausência de pratica religiosa torna frágeis aqueles que necessitam de templos pra professar sua fé. O que não faltam, diante da realidade, são motivos para desestabilização emocional de pessoas mais sensíveis a dor e ao sofrimento.

Sabemos que a pandemia nos roubou a paz, mas não pode nos roubar a esperança de que dias melhores virão, de que a tempestade vai passar.

 

 

Fonte:

Ministério da Saúde. https://coronavirus.saude.gov.br/linha-do-tempo.  Acesso 07 mar 2021

Covid-19: Brasil tem 1.555 mortes nas últimas 24h; total ultrapassa 264 mil. Olhar digital. HTTPS://olhardigital.com. br/2021/03/06/coronavirus/covid-19-brasil-tem-1-555-mortes-nas-ultimas-24h-total-ultrapassa-264-mil/.   Acesso 07mar 2021