30 de junho de 2022

Solitária existência

A arte da existência humana é um ciclo solitário. Pensamos ser coletivo, no entanto, nossa individualidade apenas se cruza a outras desde o nascimento a despedida final.

Nascemos amparados por parteiras, enfermeiras e médicos, mas ficamos sozinhos durante nove meses no ventre de nossas mães. Sozinhos, muitos de nós fazemos a passagem do conforto do ventre materno para chegarmos ao mundo. Somos acalentados por quem nos segura ao chegar a este mundo, ganhamos colos, carinhos...

Porém, com o passar do tempo, descobrimos que sozinhos enfrentaremos nossos medos, nossas fraquezas, nossas desilusões, nossas frustrações.

Acreditamos que sozinhos não podemos viver e passamos a vida buscando o amor num parceiro ideal. Queremos ser amados por nossos pais, irmãos, amigos, professores...

E nessa incessante busca em pertencer a algum grupo, amar e ser amado nos envolvemos em grupos escolares, religiosos e de trabalho. Não importa o quanto tentamos priorizar a companhia do outro, um dia a nossa companhia não lhes será mais assim tão acolhida.

Procuramos amores que nos serão parceiros, mas descobrimos que também ele, um dia, nos deixarão pelos mais diversos motivos: encontram novos interesses ou o destino os recolhe de nossas vidas.

Temos a ilusão de que os nossos filhos nos acompanharão, mas também eles encontram novos caminhos, novos interesses e se vão.

E ,quando, enfim, mais frágeis ficamos, todos estão ocupados com seus projetos  de vida e devemos nos conformar com a atenção que o outro se dispões a nos oferecer, sem esperar mais do que ele tem, podem ou querem nos oferecer.

A vida é um exercício solitário por mais que desejamos ou esperamos acolhimento.


15 de março de 2021

Vida não segue com pandemia

 

                                                         Clarice Fernandes (15/03/2021)

Março de 2021.  Brasileiros agonizam em suas casas, ou perdem a luta pela vida, acometidos pela covid. Muitos aguardam dias para um atendimento hospitalar, quando o quadro se agrava. Mas... A vida segue como se nada estivesse acontecendo!

O que dizer? O que sentir? Silenciar? Gritar a dor  carregada no coração? Pedir vacina? Fazer lockdown por conta própria? Fingir que nada está acontecendo?

Compreender o que está acontecendo do ponto de vista humano bastava para fazer a escolha certa. O comportamento humano faz toda a diferença. Mas a mensagem objetiva e direta das autoridades não vem. Faltou gestão. Irresponsavelmente se permitem argumentar apenas que o povo é culpado, essa é a mensagem. A economia depende de pessoas vivas. São eles que consomem e geram o capital econômico. A naturalização de um comportamento de naturalização amplia a pandemia. Gente que não quer colaborar tem em todo lugar, mas parece que no Brasil esse tipo humano se reproduziu sem controle.

A insensibilidade traz como consequência o silêncio de quem vive a pandemia no dia a dia. Há muitos profissionais que estão assistindo, angustiados e silenciados pela ética, toda a dor e agonia vivida no dia do trato a covid. “Eu tenho que empurrar o saco preto com corpo para limpar o espaço... É cansativo, estressante...”, relata um trabalhador em unidades de saúde. “Tenho que fazer escolha de quem vou salvar todos os dias...”, afirmam médicos diariamente.  Os relatos são estarrecedores: “...há oito dias morreu a vozinha, sábado morreu o vozinho, o filho do casal que faleceu está entubado, o genro e o neto de cinco anos no oxigênio, ...”; “E muito sofrido quem está no oxigênio, as pessoas tinham que ir ao hospital para ver ...” relatam.

Grande parte da população, indiferentes a tudo isso, vão deixando a vida seguir. E pior afirmam que a vida deve seguir normal, morra quem tem que morrer.

Ah, se soubessem o que veem os olhos daqueles que estão no atendimento de pacientes covid. São eles que te poupam das lágrimas de quem sabe que não sobreviverá a doença, são eles que têm que usar da força que tem nos braços para que seus entes queridos suportem a dor e desconforto quando são entubados. São eles quem ensacam, nos sacos pretos, os corpos inertes e sem vida, daqueles que amamos. São eles quem têm que conviver com essas imagens de corpos amontoados sem ao menos dignidade para despedidas.

Entretanto, em favor do vírus, que acomete a população, com a pandemia lá se vão as ruas inúmeros carros em carreata, contrapor-se  a decisões de prefeitos e governadores que aumentam as restrições para reduzir o adoecimento e perda de tantas vidas pela enfermidade.

Ai, vem alguém e te diz: “Vida que segue.” Se parar para diminuir a contaminação as pessoas vão morrer de fome.

Não... A vida não segue! A vida não seguiu pra minha mãe,  nem pra mais de 270.000 brasileiros que tiveram suas vidas tolhidas pela pandemia.

Um ano depois do primeiro caso, não há leitos de enfermaria, não há vagas na UTI, cientistas preveem aumento de mortes, surgimento de inúmeras doenças em decorrência da covid.

Não há comando unificado para a gestão da pandemia. A esperança é a vacina que chegará tardiamente para muitos que não terão tempo para esperá-la.

 

 

 

PARAGUASSU,Lisandra. Bolsonaro volta a criticar lockdown e insinua medidas para evitar restrições. REUTERS. https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2021/03/15/bolsonaro-volta-a-criticar-lockdown-e-insinua-medidas-para-evitar-restricoes.htm Acesso 15 marc 2021.

STEIL, Juliana. Infectologista desabafa após plantão e faz apelo: 'Recusei mais de 40 pacientes'. G1 Santos. https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/mais-saude/noticia/2021/03/15/infectologista-desabafa-apos-plantao-e-faz-apelo-recusei-mais-de-40-pacientes.ghtml    Acesso15 de mar 2021.

Protestos a favor de Bolsonaro têm manifestantes sem máscara e carreatas..Do UOL, em São Paulo.https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/03/14/protestos-a-favor-de-bolsonaro-tem-carreatas-e-manifestantes-sem-mascara.htm Acesso 15 mar 2021.

7 de março de 2021

Saúde mental na pandemia covid 19

                                                           Clarice Fernandes (07/03/2021)

A pandemia da covid teve inicio no Brasil em janeiro de 2020. É uma doença infecciosa, cuja Ciência ainda estuda seu agravamento na saúde dos contaminados. As reações são diferentes em cada grupo de pessoas. Inicialmente, apenas pessoas idosas evoluíam para quadros graves da doença, porem com as mutações que ocorreram, após um ano do aparecimento, a doença vem desenvolvendo quadros graves também em pessoas mais jovem. Em março de 2021, o número de vitimas fatal ultrapassa 260.000 brasileiros e no mundo mais de 2,5 milhões de pessoas perderam suas vidas.

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (nCoV-2019) foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China. Os primeiros coronavírus humanos foram identificados em meados da década de 1960. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020.

Diante de um cenário tão cruel imposto por tal doença e dos protocolos a que se submete quem se contamina ou perde ente queridos, sentimentos diversos são despertados na população. Difícil descrever a avalanche porque passa cada família ao receber a confirmação de contaminação de um parente.

Em muitos casos os sintomas são leves e dispensam medicação ou cuidados hospitalares. Mas não há um padrão para a doença. Numa mesma família, um pode ser assintomático e outro evoluir a óbito. A incidência maior de óbitos ocorre com pessoas com comorbidades (pessoas que já tem quadro de outras doenças antes de se contaminar) e idosos. Mas existem idosos e pessoas com comorbidades que apresentam casos moderados e se recuperam com cuidados hospitalares. Contaminar-se de covid é como fazer roleta russa (perigoso jogo de azar em que se coloca apenas uma bala no “tambor” do revólver para girá-lo, apontando a arma para a cabeça e apertando o gatilho da arma com o objetivo de ver quem tem a sorte de não ser atingido pela bala) com a própria vida. A pessoa acometida pela doença sofre os sintomas, mas os familiares e amigos perdem o chão e a estabilidade emocional. Viver os dias em que se aguarda a evolução da doença é uma verdadeira tortura. Nunca se sabe o que vai ocorrer: se uma melhora em 7 a 10 dias ou se um internamento com intubação e risco de perder a vida. Por tudo isso não é só o paciente que sofre, mas todo o entorno dele.

Sobreviver a uma pandemia como esta da covid é viver de sobressaltos a cada vez que um telefone toca. Quem tem parentes distantes é uma agonia constante. É impossível tranquilizar o coração, sabendo que estamos todos expostos a falta de empatia do outro que não usa máscara, faz aglomerações e não respeita protocolos.

As incertezas geradas pela falta de politica pública unificada gera conflitos diários entre a população e seus gestores (prefeitos e governadores). E em meio à guerra politica de quem vai capitalizar eleitores com a pandemia, os brasileiros seguem sem entender riscos e consequências da doença.

A credibilidade da Ciência atacada pelo capital gerou o caos onde a ignorância e obscurantismo impera. Nesse contexto, os conflitos crescem. A luta pela vacina não prospera e o medo da contaminação nos impõe a necessidade de afastamento social.

O isolamento necessário para evitar contaminação inflige a todos à solidão e falta de convívio social necessário para uma boa saúde mental. As famílias obrigam-se ao  afastamento de seus idosos, dos amigos e das boas rodas de conversas, assim como de passeios e atividades de entretenimento.

Consequentemente, o adoecimento mental vem à tona. Torna-se urgente que aqueles que estão com dificuldades para lidar com a ansiedade gerada por este momento difícil busque ajuda profissional de psicólogos e psiquiatras para conseguirem amenizar o sofrimento despertado pelas ocorrências com as quais a pandemia nos aflige.

As despedidas daqueles que não vence a covid são dolorosas. A espera de noticias de quem está internado são angustiantes. Os retornos para casa daqueles que estão trabalhando preocupam. A ausência de pratica religiosa torna frágeis aqueles que necessitam de templos pra professar sua fé. O que não faltam, diante da realidade, são motivos para desestabilização emocional de pessoas mais sensíveis a dor e ao sofrimento.

Sabemos que a pandemia nos roubou a paz, mas não pode nos roubar a esperança de que dias melhores virão, de que a tempestade vai passar.

 

 

Fonte:

Ministério da Saúde. https://coronavirus.saude.gov.br/linha-do-tempo.  Acesso 07 mar 2021

Covid-19: Brasil tem 1.555 mortes nas últimas 24h; total ultrapassa 264 mil. Olhar digital. HTTPS://olhardigital.com. br/2021/03/06/coronavirus/covid-19-brasil-tem-1-555-mortes-nas-ultimas-24h-total-ultrapassa-264-mil/.   Acesso 07mar 2021

 

6 de março de 2021

Colapso: pandemia 2021

                                        Clarice Fernandes (06/03/2021)

A pandemia da covid iniciou-se no Brasil em janeiro de 2020. Desde então, vivemos em constante crescimento em relação à contaminação da doença. Seus sintomas que inicialmente se agravavam mais em idosos acima de 60 anos, devido às mutações do vírus, hoje já atinge jovens e adultos, levando a necessidade de internamento uma faixa etária a partir de 18 anos, com quadros graves da doença.

Muitos fatores contribuíram para a expansão  desta pandemia. Porém, o negacionismo, por partes de autoridades que se recusaram a incentivar medidas preventivas, pode ter sido uma das maiores contribuições para o terror que estamos vivendo.

Há que se destacar que campanhas anticiência e antivacina foram inúmeras. Desde a descrença ao efetivo sucesso da vacina a crises internacionais com países que desenvolvem vacinas.

Diante do poder mediático de várias autoridades, em relação ao desrespeito ao uso de mascaras e aglomerações, fomos assistindo, no dia a dia, o crescimento do número de mortes e a ocupação dos leitos de hospitais.

A crença de que tratamento precoce assegura a não contaminação levou grande parte de pessoas jovens a se sentirem  seguras para viver a vida como se não houvesse a pandemia.

A força do capital, que gera a economia e domina a classe trabalhadora, forçou governos e prefeitos a tardia tomada de medidas preventivas necessárias para reduzir os índices de contaminação.

Chegamos ao mês de janeiro de 2021, com um colapso da saúde em Manaus. Segundo jornais, foram  28 óbitos,  em um só dia, por falta de oxigênio. Ainda que, em dias anteriores a tragédia anunciada, a região tivesse recebido a visita do Ministério da Saúde, isso não impulsionou satisfatoriamente medidas capazes de solucionar o problema. E foi assim que se iniciou o colapso. Pacientes de Manaus começaram a serem encaminhados a outras cidades e estados pelo pais afora, onde havia leitos vagos. Cientistas alertaram para a necessidade de medidas urgentes para evitar que as demais regiões repetissem o ocorrido, mas suas orientações foram ignoradas.

Outros fatores contribuíram para a expansão da contaminação: as festas de final de ano e o feriado de carnaval se encarregaram do resto.

Muitos acreditaram que “deviam deixar de mimi" e seguir a vida: viajaram à praias, fizeram festas, participaram de eventos sociais como se nada estivesse acontecendo.

No entanto, a vida não seguiu para muitos brasileiros. Em março de 2021, o Brasil já contabilizava mais de 260.000 óbitos pela covid. Foi neste período que o colapso atingiu todos os estados brasileiros. Noticias de várias partes do país já relatam casos de morte por falta de leitos de UTI. Médicos plantonistas estão sendo  obrigados a escolher qual vida será salva, em alguns casos. Profissionais que trabalham na distribuição de leitos choram ao fazer seus relatos, pois  sabem que, entre os que  aguardam leitos, muito não sobreviverão. A sobrecarga de trabalho deixa extasiados os profissionais que estão na linha de frente. A população vive o pânico de não saber se encontrará ajuda em caso de contaminação com agravamento de saúde. Em algumas regiões, já se registram óbitos em residências devido à doença.

A população segue inerte, como se não houvesse saída: “ou se morre contaminado ou de fome” dizem.

Entretanto, temos que lutar pela vida, acreditar que há saída, só precisamos de capacidade administrativa por parte das autoridades competentes para buscar soluções viáveis.

O Brasil esta entre as 10 maiores economias mundiais. Há recursos. Há cientistas competentes. Possui laboratórios capazes de produzir vacinas. Tem a rede SUS de Saúde capaz de imunizar a população, caso vacinas sejam disponibilizadas. Tem um povo guerreiro que nunca foge a luta.

Perdemos mais brasileiros para a covid que  muitos países perderam em suas guerras. Não podemos deixar a nossa bandeira seguir  manchada com o sangue do nosso povo, pagando com a vida o nosso silencio: #vacinaja

 

 Fonte 

“Está morrendo gente? Tá. Lamento. Mas vai morrer muito mais se a economia continuar sendo destroçada', diz Bolsonaro.” https://oglobo.globo.com/brasil/esta-morrendo-gente-ta-lamento-mas-vai-morrer-muito-mais-se-economia-continuar-sendo-destrocada-diz-bolsonaro-1-24426281 

Covid: novo colapso em Manaus acende alerta de que país pode repetir caos. https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/08/covid-novo-colapso-em-manaus-acende-alerta-de-que-pais-pode-repetir-caos.htm acesso 06 de mar 2021

Novas cepas, a marca de 260 mil mortos por Covid no Brasil e mais de 5 de março. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/03/05/novas-cepas-a-marca-de-260-mil-mortos-por-covid-no-brasil-e-mais-de-5-de-marco Acesso06 de marc 2021.

Sem oxigênio, 28 pessoas morrem em dia de sufoco na caótica Manaus. https://jornalistaslivres.org/falta-oxigenio-e-manaus-vive-situacao-cada-vez-mais-caotica-com-pandemia/

 


20 de fevereiro de 2021

Lições da pandemia

                                                 Clarice Fernandes 20/02/2021

A menina simples e inocente  do interior, que vivia em sua alma, sonhava com uma velhice tranquila.

Esperava chegar à terceira idade com uma estabilidade financeira que lhe permitisse viver o que não pudera na juventude: viajar, conhecer novas culturas e pessoas.

Tudo estava no projeto. Seria executado assim que os netos crescessem o suficiente para se tornarem mais independentes. Tudo parecia encaminhar-se para que seus sonhos começassem a se concretizar.

Vivera a infância e juventude lutando para obter o necessário para viver e educar sua filha.

Mulher independente, nunca se sujeitou a esperar de um homem aquilo que pudesse conquistar com seu próprio esforço.

Educada numa família simples, com valores éticos e morais fundamentados na fé cristã, vivia os princípios apreendido com seus pais, pequenos agricultores, a quem procurava honrar.

Mas chegara 2020, com ele a pandemia. Um vírus incontrolável esparramara o medo e a morte pelo mundo. Muitos governantes, a princípio, priorizavam a vida. A pandemia exigira recolhimento da população para evitar contágio e exterminar o vírus.

No entanto, o isolamento da população mexera com a economia, e o capitalismo falara mais alto. E muitos líderes governamentais saíram em defesa da economia. Muitos deles vociferavam: “é só uma gripezinha”; “morra quem tem que morrer”, pois a vida deveria seguir avante.

Alguns países preocuparam se com seu povo. Investiram em vacinas produzindo as ou preparando se para comprá-las.

Porém, no Brasil, a população naturalizara as mortes e os enterros dos corpos nus ensacados em plástico, sem as despedidas habituais...

Um mito havia nascido. Seu discurso convencera grande parte da população de que medidas preventivas seriam desnecessárias, entre elas o uso de máscara para proteção. Convencera a, também, que tratamento precoce, evitaria a evolução da doença. As pessoas perdiam o medo! Passaram a viver a vida como se na estivessem acontecendo. E os corpos foram se amontoando nos necrotérios. Um ano depois (fevereiro 2021) já somariam se mais de 240 mil mortos.

E a menina, que passou a vida lutando para viver com mais intensidade quando encerrasse sua carreira profissional, percebera que diante da realidade teria que postergar seus projetos, isso se sobrevivesse à doença, caso viesse a contaminar-se. Perdera pessoas que amava, viu as estatísticas, a cada dia, somarem mais vidas sendo perdidas.

Chorara pelos seus entes queridos assim como pelos milhares de pais que perderam filhos e filhos que perderam pais durante a pandemia. Agarrou-se, todos os dias, a esperança que sobreviveria pra contar o que presenciara, pois aprendera que a linha entre a fé e o paganismo é muito tênue. A pandemia ensinara-lhe que muitas pessoas professavam a doutrina cristã, mas possuíam um Deus moldado a sua vida e seus valores próprios, onde cada um vive por si sem pensar nas consequências de seus atos  para a coletividade.

A cada dia uma lição nova da pandemia.

5 de julho de 2020

Covid 19: pandemia&ciclone


Não saberia comparar a nenhum filme de terror ou ficção cientifica o que estamos vivenciando nos dois últimos anos.
Depois de anos de avanços na área da tecnologia e Ciência, em 2019, brasileiros fazendo a defesa da teoria da terra plana, as tentativas de destruição das Educação e das Universidades Públicas... Foi uma das maiores amostras da ignorância na atualidade. Politicas de inclusão deixaram de ser prioridade, desmatamento e perca de direitos trabalhistas foi primazia em ações de governos estaduais e federal.
 Em nome do desenvolvimento econômico, até mesmo muitos trabalhadores apoiaram o movimento de destruição de seus direitos. Acreditavam que tais ações gerariam mais empregos.
Entretanto, 2020 superou-se...
Veio a pandemia, quarentena, defesa da economia em detrimento da vida... A guerra da Ciência versus achismo de autoridades e das elites brasileiras.
Enquanto cientistas orientavam para que a população seguissem os norteadores da OMS (Organização Mundial da Saúde), ocupantes de cargo políticos (eleitos pelo povo) afirmavam que era preciso cuidar da economia, pois a fome matava mais que a covid 19.
Entre os conflitos, debates, mortes que se acentuaram (64.867 mortes; 1.603.055 casos confirmados em 05/072020); na semana anterior veio o ciclone na região sul do Brasil. Casas destruídas, mortes,desalento...
Algumas perguntas, de súbito, pairaram em meus pensamentos: as pessoas recuperar-se-ão de do desastre do tempo? Conseguirão reerguerem-se em meio aos bens materiais perdidos?
Recuperar-se-ão sim! Levantar-se-ão sim! Porque onde há vida, há luta! Onde há luta, guerras são vencidas com a união e o trabalho do povo.
O que pandemia tem a ver com as perdas de bens e mortes consequências da passagem do ciclone? Se as pessoas percebessem a pandemia como um desastre que destrói o que vê pela frente (no caso, a vida), e fossem capazes de se empenhar em ajudar as pessoas que precisam como fazem quando acontecem desastres naturais a quarentena daria certo e duraria menos porque juntos somos capazes de nos reinventar e superar problemas.
 Os que defendem a economia entenderiam que a economia se recupera, corpos não se ressuscitam!





Confira os últimos números do levantamento do Conselho Nacional de Secretários da Saúde e do Ministério da Saúde sobre a pandemia do novo coronavírus no país.https://olhardigital.com.br/coronavirus/noticia/covid-19-brasil-tem-602-novas-mortes-em-24h-total-de-obitos-ultrapassa-64-mil/98089. Acesso05 jul 2020
Ciclone bomba: como choque de massas formou fenômeno que devasta Sul do sul país.https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/07/02/ciclone-bomba-como-choque-de-massas-formou-fenomeno-que-devasta-sul-do-pais.ghtml. Acesso 05 jul 2020